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sábado, 9 de novembro de 2013

O que é ser Classe Média?

por Paulo Nogueira, Diário do Centro do Mundo


 Elogiei, outro dia, a lógica do aumento do IPTU em São Paulo. Num país em que rico não paga imposto, e ainda reclama da carga tributária e dos maus serviços que recebe em troca da sonegação, é altamente elogiável uma medida que cobra mais de quem tem mais dinheiro e poupa quem tem menos.
Classifiquei como “inatacável” a lógica do aumento do IPTU.
O que não me ocorrera é como a classe média é capaz de atacar o inatacável, dentro de sua miopia egoísta e obtusa. Também não me passara pela cabeça como a justiça é politizada, e como ela poderia atrapalhar uma medida tão positiva.
Vou definir, calmamente, o que é classe média, em minha acepção, para que não pairem dúvidas.
É um estado mental, e não econômico ou financeiro. Não importa o saldo bancário, não importa a renda mensal. O ‘ típico classe média’ pode ser o milionário Rei do Camarote ou o frentista do posto da esquina, passando pelo executivo que vê a Globonews, lê Olavo de Carvalho e acha o Jabor um farol capaz de iluminar o Brasil. Pode ser católico, evangélico, mormon, espírita ou ateu.
Vamos abreviar. Chamemo-lo de TCM, de típico classe média.
O TCM não gosta de pobre, é homofóbico e acha que todo esquerdista é petralha ou comunista. Lê a Veja, onde aprende que Cuba é um inferno e os Estados Unidos o paraíso, ouve a CBN e acha Pondé essencial.
O TCM, seja rico ou pobre ou simplesmente classe média na acepção meramente econômica, olha apenas para o próprio interesse.
E então um aumento de IPTU que não o favoreça vira uma tragédia, uma abominação, um ato de traição.
Os jornais e os sites da mídia corporativa cultivam os TCM. É só ler as seções de comentários. E então editoriais e colunas incentivam os TCMs em sua cruzada patética contra algo que beneficiaria a ignorada, desprezada, maltratada periferia de São Paulo.
E a Justiça, composta por tantos juízes TCMs, faz sua parte também, naturalmente. Tudo isso tem o poder de liquidar um imposto que ajudaria os mais pobres. Mas que interesse tem o TCM pelo o pobre, ou por expressões comunistas como “justiça social”?
O TCM acha que a rua é dele e de seu carro, e não dos pedestres, e não dos ônibus, e não das bicicletas.
Países adiantados socialmente como os da Escandinávia quase não têm TCMs.
Mas no Brasil, e em São Paulo particularmente, eles são muitos, e interferem muito, e atrapalham muito a escandinavização do país com seu reacionarismo estridente e militante.
Algum tempo atrás, depois de visitar uma favela em São Paulo, uma escritora alemã comentou: “Se fosse na Alemanha, eu lutaria para que pagássemos mais impostos”.
Mas o TCM brasileiro vê a favela e ali descobre um motivo a mais para defender a tese de que não se deve pagar imposto.
Por isso ele fica amortecido, e no fundo admira a Globo quando sabe que ela deu, apenas num caso, um golpe de 1 bilhão de reais numa sonegação.
O Brasil vai se tornar escandinavo, mais cedo ou mais tarde. Não existe sociedade sustentável quando as desigualdades são tantas como as nacionais.
O despertar é lento, mas inevitável.
Quando formos uma Dinamarca, vamos olhar para trás e vamos entender que só avançamos porque os TCMs foram ficando numa quantidade menor, menor, menor – até perderem o poder de frear as coisas boas com seu egoísmo obtuso e barulhento.


Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-o-tcm-melou-o-aumento-do-iptu-em-sp/

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Criança dá aula para economistas


 Publicado em 19/10/2013      por Luiz Carlos de Freitas     


Se até uma criança já percebeu, por que é tão difícil aos nossos economistas diplomados aprenderem?

Menos alunos por professor potencializa a qualidade da educação.

Tempo. Aprendizagem implica em tempo e tempo diferenciado para atender as particularidades dos que aprendem. Tempo para conhecer o mundo, sair das paredes das escolas. Tempo para planejar, para se qualificar.

Abaixo segue uma aula para economistas.


www.youtube.com/watch?v=KRw3kJU4yCE

sábado, 28 de setembro de 2013

“Reinado do erro: a farsa do movimento de privatização e o perigo para as escolas públicas americanas”

Diane Ravitch lança no mês de setembro mais um livro contra a meritocracia na educação americana!

Livro reinado do erro
Diane Ravitch lança livro que denuncia a privatização do ensino público americano e a meritocraciaDe uma das maiores autoridades em educação nos Estados Unidos , o ex- EUA subsecretário de educação “, delator extraordinário ” (The Wall Street Journal) , autor do best-seller A morte e a vida do grande sistema escolar americano ( ” Importante e fascinante ” -Library Journal) , The Police Language ( ” Apaixonado … Ferozmente argumentou … tão alarmante quanto é esclarecedor ” – The New York Times) , e outros livros notáveis ​​sobre a história da educação e política um olhar incisivo e abrangente no sistema escolar americano de hoje, que argumenta contra aqueles que afirmam que é quebrado e sem conserto , um apelo apaixonado , mas fundamentado para parar o movimento de privatização que está drenando os alunos e o financiamento de nossas escolas públicas .
Em Reign of Error (“Reinado do erro: a farsa do movimento de privatização e o perigo para as escolas públicas americanas”), Diane Ravitch diz que a crise na educação americana não é uma crise de desempenho acadêmico , mas um esforço concentrado para destruir escolas públicas neste país.
Ela adverte que grandes fundações , bilionários individuais e gestores de fundos de hedge de Wall Street estão incentivando a privatização do ensino público, alguns por razões idealistas , outros para o lucro. Muitos que trabalham com fundos de ações estão de olho em educação pública como um mercado emergente para os investidores.
Reign of Error começa onde a morte e a vida do grande sistema escolar americano termina, proporcionando uma discussão mais profunda contra a privatização e para a educação pública , e seu colapso.

Para Ravitch , o ensino público é sobre o conhecimento , sobre a aprendizagem, sobre o desenvolvimento de personagem, e sobre a criação de cidadãos para a nossa sociedade . Trata-se de ajudar a inspirar os pensadores independentes , não apenas aperfeiçoar as habilidades de trabalho ou preparar as pessoas para a faculdade. Educação escolar pública é essencial para a nossa democracia , e seu objetivo , desde a fundação deste país, tem sido a de educar os cidadãos que vão ajudar a levar a democracia para o futuro.

Qualidade social da educação

Em agosto um jovem adolescente matou, segundo informações divulgadas hoje 3-9-2013 seu pai, mãe, tia-avó e avó, tendo em seguida, 18 horas após ter matado seu pai, se suicidado. Antes foi à escola calmamente.
“A Polícia Civil de São Paulo informou nesta terça-feira (3) que os laudos sobre as mortes de um casal de PMs, do filho deles de 13 anos e de outros dois parentes, ocorridas no mês de agosto na Brasilândia, zona norte da capital, apontam que o garoto Marcelo Pesseghini –o filho dos policiais– foi o responsável pelos crimes.”
Eis aí uma questão para análise. Como a escola não conseguiu ensinar valores básicos a este aluno, mesmo que na contramão da família, se assim fosse? Não se trata de culpabilizar ninguém. Trata-se de questionar se responsabilizar a escola e os professores pelo ensino, restrito a português e matemática, não tem levado as escolas a deixarem de enfatizar valores básicos como a vida.
Este é mais um exemplo que deve nos levar a indagar se estamos desenvolvendo uma educação de qualidade social.


Publicado no Blog do Prof. Luis Carlos de Freitas

domingo, 25 de agosto de 2013

Secretária da Educação não publica parte da Indicação do Conselho Municipal.


A Secretária da Educação, Senhora Telma Vieira deixou de "publicar" parte da  Indicação n°2/2012 do Conselho Municipal. A administração pública deve agir de acordo com os princípios consagrados pela Constituição Federal como a publicidade e a transparência. Entretanto, estes princípios parecem estar distantes da prática da atual titular da pasta. A publicidade deve considerar a comunidade na sua totalidade e não apenas contemplar uma parte. Posso afirmar que houve o respeito a este princípio?

Por meio da Resolução SME n°4/2013, com data de 15/07/2013 foi homologada a Indicação n°2/2012 do CME. Esta Indicação trata dos Conselhos Escolares. Na ocasião, o então Conselheiro  apresentou voto em separado em decorrência da linha liberal burguesa predominante no texto. Este tipo de representação está por demais desgastada e existe uma crise de representatividade atualmente. Neste voto em separado foi explicitado sobre os dois modelos que estão em disputa na constituição das representatividades a saber: o liberal burguês e o popular participativo.
Sabemos que toda prática educativa está eivada de concepções. Na constituição dos conselhos escolares é preciso deixar claro que educação nós queremos e qual o tipo de sociedade nossas práticas indicam? Que cidadão nós queremos formar? Que tipo de aluno?
Dessa forma é preciso perguntar: Conselho para que? Se não for para construir a qualidade da educação negociada por meio da efetivação do PPP teremos apenas a reprodução da sociedade que está aí, antiecológica e autodestrutiva.

No contexto da concepção liberal respeita-se pelo menos o direito à diferença de opinião. Caso contrário, estaremos presenciando ações autoritárias decorrentes de um outro modelo de poder: o absolutista monárquico para não falar do período das ditaduras do século XX como o fascismo, o nazismo e o stalinismo. A democracia é uma conquista e a gestão democrática deve ser o valor supremo defendido por todos educadores e cidadãos. Infelizmente os grupos dominantes abominam esta prática pensam estar ainda na Casa Grande e o povo na senzala.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

São Paulo: Haddad divulga Plano de Educação

domingo, 4 de agosto de 2013

Programa Ler e Escrever e o desvio do dinheiro público


Por que a grande mídia brasileira blinda tanto o PSDB: Editora Abril, Folha de São Paulo, Estadão e Globo receberam mais de R$ 250 milhões dos governos tucanos de São Paulo. A transação envolveu a Secretaria da Educação e a maior parte dos pagamentos foi feita sem licitação.

por Paulo Jonas de Lima Piva

A denúncia pode ser lida no site Viomundo e é de 2010:

Desde 2004, PSDB paulista gastou R$ 250 milhões com a mídia (quase tudo sem licitação)

http://www.viomundo.com.br/denuncias/serra-psdb-educacao-midia-acoes-entre-amigos.html

sábado, 3 de agosto de 2013

São Paulo pretende afastar diretor de escola mal avaliado

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

O governo de São Paulo decidiu criar um sistema de avaliação que vai retirar do cargo diretores de escola que tiverem baixo desempenho.
A iniciativa, à qual a Folha teve acesso, é considerada pela Secretaria da Educação como inédita no país. Atualmente, vigora a ideia de que o dirigente tem estabilidade ao ser aprovado em concurso --ele perde o posto apenas por desvio de conduta.
Pela proposta desenhada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), os novos diretores serão avaliados por três anos.
Após o período, os que não alcançarem desempenho satisfatório terão mais três anos para se recuperar. Os que falharem perderão o posto.

Ainda não foram definidos todos os quesitos da avaliação. Deverão ser considerados o desempenho do diretor em um curso de gestão e a opinião de professores, alunos e funcionários da escola.
O governo ainda analisa se a regra valerá para todos os diretores das cerca de 5.300 escolas da rede ou apenas para os que forem contratados a partir de agora --Alckmin anuncia hoje concurso para cerca de 1.400 dirigentes.
Segundo o secretário da Educação, Herman Voorwald, a ideia é que os dirigentes, mesmo aprovados nos primeiros anos de avaliação, continuem a ser submetidos a exame anual, com a possibilidade de perda do posto.
"Temos a possibilidade de formar o diretor em suas deficiência ou desligá-lo caso o perfil dele não seja adequado para a gestão", disse.
A Secretaria da Educação afirma que já se prepara para contestações judiciais.
A pasta tem o entendimento de que a Constituição prevê a possibilidade de perda do cargo público em caso de "insuficiência de desempenho". O mecanismo, porém, nunca foi regulamentado, afirma a secretaria.
A Constituição prevê a perda do cargo em caso de problema de desempenho, mas isso só pode ocorrer após processo com garantia de defesa e de contraditório.

Outra dificuldade pode ser a perda de interesse pelo posto. O piso para diretor é de
R$ 3.552, com gratificações.

Conselho de educação paulista tem novos integrantes


FAPESP, 31/07/2013
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou em 29/07 seis novos integrantes para o Conselho de Educação (CEE) de São Paulo, para um mandato de três anos. A mudança mexe com 25% nos nomes, mas pouca coisa muda no perfil do órgão (veja abaixo).
 O decreto sobre o tema dá mais um mandato no cargo ao secretário-adjunto de Educação, João Cardoso Palma Filho, e a Hubert Alquéres, vice-presidente do Bandeirantes, colégio privado da capital.
Dos seis novos nomeados, dois também têm perfil considerado empresarial, segundo classificação da Fepesp. São eles: Jair Ribeiro da Silva Neto, diretor ‘co-presidente’ do Banco Indusval & Partners e fundador da Associação Parceiros da Educação; e Silvia Figueiredo Gouvêa, uma das donas da escola Lourenço Castanho.
Os demais conselheiros que passam a integrar o órgão são: Francisco Antonio Poli, presidente da Udemo; Bernadete Angelina Gatti, professora aposentada da USP e atual pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC); Laura Margarida Josefina Laganá, diretora superintendente do Centro Paula Souza (responsável pelas ETECs e Fatec’s mantidas pelo governo estadual); A última indicada, Priscila Maria Bonini Ribeiro, é secretária de Educação de Guarujá e presidenta da Undime (Região Sudeste), mas fez carreira na Unaerp.
Os novos conselheiros tomarão posse em 07/08, durante reunião do CEE. Deixam o Conselho de Educação: Arthur Fonseca Filho, Décio Lencioni Machado, Milton Linhares e Sérgio Tiezzi Júnior (setor privado); Angelo Luiz Cortelazzo e Nina Beatriz Stocco Ranieri (setor público).
 Empresários e…. mais empresários
A troca de um quarto dos 24 conselheiros anunciada pelo governo paulista não muda o perfil empresarial do CEE. Levantamento da Fepesp mostra que 58% dos conselheiros são ligados aos dirigentes do setor privado (escolas, faculdades, Fiesp, ONGs, bancos, consultorias), 29% têm laços com a rede pública e 12,5% dos conselheiros têm ambos os perfis.
Em maio do ano passado, no primeiro levantamento, os três setores representavam 67%, 25% e 8%, respectivamente. De lá pra cá, houve troca de dez nomes, mas com pouquíssimo reflexo no peso dos três setores.
A escolha dos conselheiros de educação está nas mãos do governador, que se baseia em legislação feita durante a ditadura. Pela lei estadual 10.043, de 1971, que criou o CEE, seus integrantes serão escolhidos entre “pessoas de notório saber e experiência em matéria de educação, observada a devida representação dos diversos graus de ensino e a participação de representantes do ensino público e privado”.
Em março de 2012, um projeto de lei – PL 108 – foi apresentado na Assembleia Legislativa com o objetivo de reorganizar o Conselho e dar à sociedade o direito de indicar a maioria dos conselheiros. Para os autores, deputados Geraldo Cruz e Simão Pedro Chiovetti (ambos do PT), se aprovada, a proposta democratizará o órgão.

O projeto passou pelas comissões e chegou até o plenário em novembro. Na época, poderia ter sido votado, mas saiu de pauta, pois não teria o apoio da maioria governista para aprovação.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Por um Sistema Municipal de Avaliação da Educação Básica

O processo desencadeado pelos preparativos para a realização da II CONAE tem sido momentos significativos e enriquecedores para uma tomada de posição sobre o que realmente importa para alcançar a qualidade da educação. Nenhum dirigente da educação regional ou municipal pode alegar ignorância ou tergiversar sobre os rumos das políticas públicas e as ações que devem ser implantadas para que a educação brasileira possa sair deste patamar vergonhoso no qual se encontra.
Os sistemas de ensino ao considerar os resultados das avaliações externas considerando apenas os níveis de forma isolada, e não no seu conjunto, acaba encobrindo os reais resultados das políticas públicas como a prática da focalização até hoje e que deveriam ser universais e equitativos. Como por exemplo, o programa denominado Ler e Escrever é direcionado apenas para o  1º ao 5º ano do ensino fundamental. Ou seja, para os 1ºs e 2ºs ciclos, deixando os 3ºs e 4ºs ciclos de fora do programa. Um programa que considera apenas determinados níveis deve ser questionado, sobretudo, em relação às suas concepções educacionais extremamente instrumentais e procedimentais.
Das metas propostas do Plano Nacional de Educação ( Projeto de Lei nº 8035/2010)  destaco a proposição de se tomar os índices do IDEB como critério de avaliação da qualidade.  Entretanto, uma emenda que o Fórum Nacional de Educação aprovou e indicou pela sua inclusão no novo PNE propôs: “criar um Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica incluindo na análise do desempenho das escolas as condições relativas à infraestrutura das redes de ensino, fatores extraescolares dos alunos, relação numérica professor-aluno, políticas públicas de valorização do profissional da educação, qualificação dos professores, adequação do fluxo escolar, aumento da equidade interna na rede avaliada, bem como o desempenho dos alunos (2542,2276, 344, 811)”.
Na proposta inicial do executivo constava:
“O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB será utilizado para avaliar a qualidade do ensino a partir dos dados de rendimento escolar apurados pelo censo escolar da educação básica, combinados com os dados relativos ao desempenho dos estudantes apurados na avaliação nacional do rendimento escolar.” Ou seja, o IDEB considera apenas dois índices para aferir seus resultados. O fluxo e o desempenho dos alunos. Sabemos muito bem que grande parte das avaliações dos alunos  (SARESP, PROVA BRASIL, SAEB) está baseada em expectativas de aprendizagens desvinculadas do currículo praticado nas salas de aula.

No contexto do sistema municipal de ensino seria muito bem vindo um sistema municipal de avaliação da educação básica que relativizasse os “rankings” entre as escolas e as ajudassem a superar as dificuldades por meio de políticas públicas justas e equitativas.    

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Haddad cria Fórum Municipal de Educação em SP



Conferência anunciada nesta quarta-feira está prevista para ocorrer em julho
08 de maio de 2013 | 12h 49

Por Tiago Dantas - O Estado de S. Paulo
A Prefeitura de São Paulo instalou nesta quarta-feira, 8, o Fórum Municipal de Educação, um espaço de debates que deve preceder a Conferência Municipal de Educação, prevista para acontecer nos dias 25 e 26 de julho. A primeira reunião do fórum está programada para o dia 25, quando serão definidas comissões temáticas com a participação da sociedade e profissionais da educação.
Ao apresentar o fórum, em cerimônia realizada na Prefeitura, o prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que pretende participar pessoalmente das discussões sobre as diretrizes que devem nortear o ensino no município. "Quero participar do diálogo como cidadão, não como prefeito. Quero colocar minhas ideias sem medo de represálias. E se minha ideia for derrotada no debate, não tem problema."
Falando para uma plateia formada por educadores e dirigentes de entidades de classe, Haddad lembrou que os participantes do fórum não devem ter medo de "patrulhamento, nem de esquerda, nem de direita". Segundo ele, a capital não pode ter uma meta menos ambiciosa do que ter "a educação mais forte do Brasil."
"Não é o poder de uma caneta que vai melhorar a vida na nossa cidade. É o poder da saliva (dos professores) que vai tornar as coisas melhores", declarou o prefeito e ex-ministro da Educação.

sábado, 1 de junho de 2013

Dois pesos e duas medidas na nomeação dos Conselheiros.



Após a publicação do decreto de nomeação dos novos conselheiros,  muitos comentários se fizeram sobre  os  representantes para o CME que não passaram pela votação de seus pares. De fato, a representação  dos diretores de escola e dos coordenadores, não passaram por nenhuma votação e ou indicação de seus pares. Se para uns valeu o processo de indicação pelos pares por que não deve valer para todos? O imperativo categórico kantiano estabelece um princípio básico. "Age de tal forma que tua ação possa ter valor universal".
 Aliás, essa prática não faz parte da concepção de educação dos que têm atualmente o poder de decidir sobre a política educacional desrespeitando princípios e práticas consagradas pela legislação vigente que a anos já superou tempos de autoritarismo ditatorial, sobretudo, na educação.
As leis no 6354 que criou o CME em 1996 e a Lei 8053, que criou o Sistema Muicipal de Ensino em 2.000, incorporam os princípios estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, como a gestão democrática, transparência, legalidade, além de outros.
Embora não seja ilegal a atual nomeação, o processo que culminou no Decreto seguiu critérios questionáveis quanto a ética. Entretanto, se os setores da coordenação e direção recorrerem poderão reverter este quadro esdrúxulo, irregular e ilegítimo.

domingo, 26 de maio de 2013

Após três meses sem Conselho Municipal de Educação decreto nomeia os novos representantes.


O Conselho Municipal de Educação do município de São José do Rio Preto ficou por três meses ( março, abril, maio) sem realizar as reuniões ordinárias aguardando a publicação deste decreto. Parece uma ação deliberada para enfraquecer este colegiado que representa os segmentos da comunidade escolar e sociedade civil.  Esperamos que os atuais membros atuem com o compromisso de construir a qualidade da educação por meio de ações de valorização dos profissionais da educação, da gestão democrática, do Plano Municipal de Educação articulado e do regime de colaboração que deve ser construído. Desejamos a todos os novos e antigos conselheiros sucesso nesta empreitada e muita coragem para não ceder às pressões dos que não acreditam  numa sociedade mais justa e democrática. 
Cada segmento deve guardar bem os nomes de seus representantes para poder cobrar e acompanhar as ações e/ou omissões, pois a luta é de todos nós.




DECRETO Nº 16.780
DE 23 DE MAIO DE 2013.
Altera o Decreto nº 15.756, de 11 de maio de 2011, que nomeia
membros o Conselho Municipal de Educação.
VALDOMIRO LOPES DA SILVA JÚNIOR, Prefeito do Município
de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, no uso de suas
atribuições legais e nos termos do artigo 64, item VI da Lei
Orgânica do Município;
D E C R E T A:
ARTIGO 1º - O artigo 1º do Decreto nº 15.756, de 11 de maio de 2011, que nomeia membros para
compor o Conselho Municipal de Educação, nos termos da Lei nº 6.354, de 12 de julho de 1996, alterada
pela Lei nº 10.317, de 31 de dezembro de 2008, passa a vigorar alterado, conforme segue:
ARTIGO 1º - ....
Representantes docentes da Educação Básica Municipal:
Titular: Rogério Andrade
Suplente: Carlos José Martins
Titular: Ivanete Maria Baruffi
Suplente: Janaina Tavares da Costa Filó
Representante dos diretores das escolas da Rede Pública Municipal:
Titular: Sirlei Faile de Deus
Suplente: Ariane Dabien Garrido Barroso
Representante dos coordenadores das escolas da Rede Pública Municipal:
Titular: Karina Perez Guimarães Viscardi
Suplente: Silvia Cristina Borges
Representantes dos supervisores de ensino da Secretaria Municipal da Educação:
Titular: Maria das Graças do Carmo Bertasso
Suplente: Elza de Araújo Góes
Titular: Juliana Vargas Passarini
Suplente: Andréia Gasparino Fernandes
Representante dos Conselhos Profissionais relacionados com a Educação:
Titular: Ana Carla Cividanes Furlan Scarin
Suplente: Claudia Cristina Lofrano Souto
Representante dos sindicatos dos profissionais do magistério:
Titular: Maria Carolina Cosenza Araújo
Suplente: Pedro Caetano Pitelli
Representante dos pais de alunos da Educação Pública Municipal:
Titular: Eliana Aparecida Najem Racaneli
Suplente: Marcus Silva Vitolo
Representante da Educação Superior:
Titular: Elso Drigo Filho
Suplente: Ieda Aparecida Pastre Fertonani
Representante do sindicato dos servidores municipais:
Titular: Valdelir Elvira Perez Brognaro
Suplente: Edna Aparecida Floriano de Souza
Representantes do sindicato de prestadores de serviços educacionais ou relacionados:
Titular: Cenira Blanco Fernandes Lujan
Suplente: Jaime Marques Rodrigues. (NR)
ARTIGO 2º - A vigência do mandato será de 04 (quatro) anos, com início na data da posse.
ARTIGO 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Paço Municipal “Dr. Lotf João Bassitt”, 23 de maio de 2013, 161º ano de Fundação e 119º ano de
Emancipação Política de São José do Rio Preto.
VALDOMIRO LOPES DA SILVA JÚNIOR
PREFEITO MUNICIPAL
TELMA ANTONIA MARQUES VIEIRA
SECRETÁRIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO
ADILSON VEDRONI
PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO
Registrado no Livro de Decretos e, em seguida publicado por afixação na mesma data e local de
costume e pela Imprensa local.

Conferência Nacional de Educação foi realizada em São José do Rio Preto.






Foi realizada neste fim de semana dia 25/05 a Conferência Municipal da Educação, ou seja, a Conae municipal. Com o objetivo de refletir sobre as políticas públicas para a educação de qualidade  para a década e subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Educação e o Plano Municipal de Educação, foi um momento de discussão do documento base preparado pelo Fórum Nacional de Educação. 
O documento base está dividido em sete eixos temáticos que vai da criação do sistema nacional de educação (primeiro eixo) até o financiamento (sétimo eixo). Há um consenso de que o agente principal desta transformação da educação é o professor valorizado com remuneração e condições adequadas de trabalho.
Próximo evento será a conferência da educação intermunicipal em 25 e 26 de junho de 2013.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Como uma criança vira monstro?


Ao longo dos últimos dias, o país mergulhou em um debate doloroso. Em vez de estarmos nos debruçando sobre como estimular a nossa juventude a crescer do ponto de vista moral e intelectual, estivemos discutindo acaloradamente sobre como mudar as leis para punir com maior rigor os jovens infratores da lei.
Esse debate, em si, representa o fracasso da geração que comanda os destinos da nação – e esta premissa não se reduz a partidos políticos, mas a cada um de nós, pais, empresários, trabalhadores, políticos, legisladores, magistrados, educadores, religiosos etc.
O Estado brasileiro, no âmbito dos governos federal, estadual e municipal, de suas Casas Legislativas e do Poder Judiciário, não pode ser responsabilizado unicamente pelo fracasso diante do qual estamos, representado por seres que, até ontem, eram crianças, mas que, hoje, transformaram-se em verdadeiros monstros.
Os casos da dentista de São Bernardo do Campo (SP) que foi queimada viva por quatro rapazes, sendo um deles menor de idade, ou do rapaz que foi assassinado com um tiro na cabeça por um outro menor ao ter seu celular roubado por ele, chocaram o país e desencadearam, de novo, o debate sobre maioridade penal.
Não foram só esses casos, por óbvio, que ressuscitaram o debate sobre redução da maioridade penal. Os crimes violentos aterradores que se vê a toda hora neste país, sobretudo os cometidos por menores, fizeram o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, propor mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a fim de que pessoas de 16 anos sejam tratadas pelas leis penais como adultos.
Essa é uma discussão dolorosa porque, dado o nível de horror que crimes como o da dentista de São Paulo encerram, pessoas se mostram assustadas a um ponto em que começam a acreditar em “soluções” como a proposta pelo governador de São Paulo.
O grupo social minoritário que se opõe a esse caminho e o amplamente majoritário que se inclina por ele produziram muitos argumentos. Vale a pena dissecá-los.
A discussão menos ilógica da redução da maioridade penal nos empurra para a pura e simples extinção de qualquer idade-limite, pois de nada adiantaria reduzi-la para 16 anos já que jovens de idades mais tenras também cometem crimes horrorosos e, assim, não subsiste uma só justificativa que sustente os 16 anos como ponto de inflexão entre adolescência e maturidade.
Houve propostas dos adeptos da redução da maioridade penal no sentido de esta ser usada apenas para crianças e adolescentes que cometam crimes hediondos como o da dentista, ou mesmo para os que cometam qualquer tipo de assassinato.
Ainda assim, ficariam de fora os atos de violência que não resultem em perda de vida da vítima. Desse modo, haveria que apenar criminalmente como adultos os menores de qualquer faixa etária que pratiquem crimes violentos.
Até aí, pulamos da redução da maioridade penal aos 16 anos para a punição como adulto de qualquer adolescente e até de crianças, pois uma criança de 8 ou 10 anos que aborde alguém num semáforo com uma faca nas mãos e, como já ocorreu várias vezes, enfie o instrumento perfurante no pescoço do assaltado, seria vista como “irrecuperável”.
Neste ponto, vale analisar o quadro da violência e da criminalidade no Brasil para que se possa mensurar se essa discussão sobre maioridade penal faz sentido.
Segundo o RELATÓRIO NACIONAL DO ESTADO BRASILEIRO apresentado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República ao MECANISMO DE REVISÃO PERIÓDICA UNIVERSAL DO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DAS NAÇÕES UNIDAS em 2012, o Brasil possui cerca de 513.802 pessoas mantidas em unidades do sistema carcerário e da polícia.
Esse relatório mostra um dado que todos intuem, mas que é pouco difundido: a população carcerária brasileira tem perfil preponderantemente jovem, masculino, negro e de baixa escolaridade.
Sempre segundo dados oficiais do Brasil, em 2011 53,6% da população no sistema penitenciário tinha entre 18 e 29 anos, 93,6% eram homens, 57,6% eram negros e pardos e 34,8% eram brancos. Além disso, 45,7% da população do sistema penitenciário possuía ensino fundamental incompleto, enquanto apenas 0,4% possuía ensino superior completo.
Um outro dado importante é o de que, segundo dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos levantados pelo Globo, há só 60 mil adolescentes cumprindo medidas socioeducativas no Brasil, sendo 14 mil em regime de internação e os demais em regime aberto.
Ou seja: apenas 14 mil adolescentes cumprem penas de privação de liberdade, contra 513.802 adultos. Toda essa discussão sobre maioridade penal, portanto, está focada em 2,72% do problema da violência e da criminalidade no país.
Vê-se, assim, que o problema está longe de ser o infrator de 16 anos. E que a redução de idade penal proposta pelo governador de São Paulo é uma quimera, um engodo, uma conversa fiada destinada a dar alguma resposta a uma sociedade acuada por uma situação inacreditavelmente explosiva que está se formando.
Não há nada demais em discutir o que fazer com uma criança ou um pré-adolescente ou mesmo um adolescente que cometam barbaridades. O problema é que a discussão da maioridade penal aos 16 anos nos levará a outras envolvendo crimes infanto-juvenis e, assim, ficaremos discutindo o problema pelo ângulo errado.
Até este momento, não discutimos o xis da questão: o que está acontecendo com um país em que crianças e adolescentes se transformam em feras enlouquecidas capazes de uma barbaridade como queimar viva uma mulher que não tinha dinheiro para dar a assaltantes?
A discussão da maioridade penal nunca vai tão fundo. Fica na superfície da “solução” rápida, mas sem refletir, por um segundo, que depois da redução para 16 anos virá a redução para faixas etárias inferiores e, depois desta, a extinção de idade mínima para ser responsabilizado criminalmente por qualquer tipo de ação infringente da lei.
Isso mudará o fato de que crianças estão sendo transformadas em monstros por mecanismos sobre os quais quase ninguém quer refletir? É de duvidar que alguém, em sã consciência, acredite que a mudança da lei fará esse processo de criação de aberrações infanto-juvenis ser interrompido por extinção restrita ou irrestrita da maioridade penal.
Como crianças viram monstros como o garoto que supostamente ateou fogo ao corpo embebido em álcool da dentista de São Bernardo do Campo? Já nasceram assim?
Não se pode acreditar que no código genético dos brasileiros esteja inscrita uma anomalia que não há em outros países que não têm problemas de menores violentos como os que temos aqui. Afinal, mesmo aqueles que pensam ser de uma “raça” diferente da maioria deveriam saber que todos os brasileiros temos características genéticas em comum, seja o cidadão branco, negro, nordestino ou sulista.
O fato de alguns poucos terem características físicas diferentes não muda o fato de que somos um país só.
O perfil do presidiário brasileiro, portanto, explica como uma parte ínfima de nossas crianças pobres é empurrada para o crime e, usando drogas e convivendo com adultos violentos, acaba se convertendo em monstros como os que temos visto.
Nas comunidades mais pobres, principalmente em favelas dominadas pelo tráfico, gerações de brasileiros cresceram e continuam crescendo tendo como “exemplo” traficantes e bandidos perigosos, que recrutam entre a juventude, inclusive na idade mais tenra, os futuros “soldados do crime”.
O critério de recrutamento não visa o uso de jovens inimputáveis penalmente. Essa é uma empulhação. Por isso é que só 2,7% dos criminosos encarcerados no Brasil são menores. Afinal, não se pode acreditar que alguém cometa crimes pensando em ser preso.
O processo de deformação que cria jovens monstros está na desestruturação familiar, na ignorância, na pobreza, nas drogas e, acima de tudo, nos exemplos que crianças recebem enquanto crescem, vendo bandidos nas comunidades pobres saírem da pobreza com essa fórmula “mágica” de tomar dos outros o que não pode conseguir honestamente.
Afinal, o jovem brasileiro pobre sabe que a escola não irá ensiná-lo, que se for negro ou mestiço não será “bem visto” por um mercado de trabalho que, segundo incontáveis estudos, ainda discrimina os brasileiros de origem africana e com traços africanos mais marcantes. Assim, é tentado pelo crime como forma de ascensão financeira.
Os adeptos da redução da maioridade penal costumam usar o exemplo dos países ricos. Em países como a Inglaterra, por exemplo, já houve casos de crianças de 8, 10 anos presas por terem cometido crimes violentos. Em muitos desses países a idade de responsabilização penal é menor ou não existe.
Falta refletirmos sobre as condições das crianças inglesas, por exemplo, e das brasileiras. São as mesmas? Alguém vê hordas de crianças miudinhas espalhadas pelas ruas de Londres fumando crack, dormindo nas ruas, prostituindo-se etc.?
O que você espera que essas crianças pelas quais passa todo dia nas ruas e vê chafurdando em todos esses dramas se tornem? Cidadãos exemplares? Você já refletiu que essas crianças não nasceram criminosas em potencial, mas que a continuarem nessa situação se tornarão monstros como o que queimou a dentista viva?
Matéria publicada no site: www.blogdacidadania.com.br


sábado, 13 de abril de 2013

Para que serve o Conselho Municipal de Educação?



As reuniões ordinárias do Conselho Municipal de Educação acontecem normalmente nas segundas quintas-feiras de cada mês. No entanto, nos meses de março e de abril elas não aconteceram. A renovação de 50% dos membros do Conselho não deve ser o motivo para que o mesmo fique totalmente paralisado durante todo este período. Desconfio que deve haver outros motivos.
Três documentos (dois Pareceres sobre Educação Integral e sobre os Conselhos Escolares e uma Indicação sobre as Diretrizes para a elaboração do novo Plano Municipal de Educação) enviados pelo Conselho Municipal de Educação para a Secretaria Municipal de Educação no dia 06 de dezembro de 2012 aguardam para serem homologados. Ou seja, faz quase quatro meses que estes documentos foram encaminhados para a SME e até hoje não se tem notícia sobre o "destino" destes documentos.
O primeiro foi elaborado por meio de pedido expresso da Secretária de Educação uma vez que o poder público está implantando as escolas de período integral e ainda não existe no município alguma diretriz normativa sobre o assunto. O Parecer aprovado pelo Conselho Municipal de Educação foi elaborado após a realização do Simpósio sobre as escolas de período Integral com participação dos profissionais da educação.
 O Parecer sobre as diretrizes para a elaboração do PME da mesma forma foi elaborado por meio de pedido formal ao CME. Entretanto, a demora na devolutiva destes documentos é muito sintomática e leva-nos a pressupor a (in) disposição do poder executivo em lidar com os princípios da educação já consagrados pela Constituição Federal como no Art. 206 onde se lê: “ O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;”.
 O respeito às diferenças implica saber dialogar e construir de forma colaborativa uma educação para e pela liberdade. Talvez o maior flagelo que o grande educador brasileiro Paulo Freire já denunciava na época da ditadura esteja ainda presente com intensidade maior neste nosso tempo: o medo da liberdade. O estilo cartorialista que muitos administradores imprimem em suas práticas, apoiadas por pessoas e grupos que  talvez, visam vantagens pessoais, acabam por impedir o funcionamento e o pleno atendimento dos direitos já garantidos legalmente. Uma coisa é o que se fala outra é o que se faz. Além da contradição, percebe-se uma grande distância.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

CME renovará 50% de seus membros.



Queridos internautas desta  frágil e-democracia  em construção. Na próxima segunda quinta-feira do mês de março deste ano deverá tomar posse os novos conselheiros do CME. Estes substituirão 50% dos que, por força legal, serão substituídos. A renovação dos conselheiros é muito importante para garantir que o conselho não seja refém de representantes que se acomodaram a uma única visão do que deve ser um Conselho Municipal de Educação. Por exemplo, a “jestão” dos últimos quatro anos – da qual acompanhei como membro - foi pautada pelas demandas que chegavam ao conhecimento da presidência do conselho por meio de ofícios ou documentos escritos. Exceto três eventos de grande magnitude da qual pude contribuir para a sua realização. A primeira foi todo o processo de discussão com a rede sobre os regimentos escolares, a segunda foi o Ciclo de Estudos sobre o documento final da CONAE de 2010 e a terceira foi o Simpósio sobre a Educação de Tempo Integral. Talvez estes três eventos foram os únicos dos últimos 10 anos. Entretanto foi decepcionante ver e ouvir a fala do último presidente, o Sr. Luis Tadeu Pressuto, no TV Tem Notícias, 2ª Edição, do dia 1º de fevereiro de 2013, que desconhecia a realidade de precariedade de muitas escolas ao iniciar o ano letivo uma vez que não havia sido notificado por alguma instituição denunciando tal situação. Mas é claro que as escolas não vão procurar o Conselho para isto. É o conselho que precisa fazer a sua parte ao acompanhar e fiscalizar a aplicação das políticas públicas de garantir a qualidade da educação. Os jornalistas demonstraram publicamente a incoerência da fala do presidente sugerindo que a partir daquela reportagem não se omitisse no exercício de sua função.
Esperamos que os novos conselheiros possam fazer a diferença com uma atuação comprometida com a educação de qualidade social  no nosso município na prática e não na propaganda. Este ano de 2013 será o ano da elaboração do Plano Municipal de Educação. E o CME tem papel fundamental uma vez que cabe a ele a sua elaboração.
Como não atuarei como conselheiro, o nosso blog deverá continuar com algumas modificações. Estarei mais livre para informar não somente sobre as decisões do conselho, mas numa ótica de observador crítico. Esclareço que este adjetivo crítico tem o significado de “ir à raiz dos problemas”, ou seja, nos seus fundamentos de forma a contribuir para a educação.

Ano Letivo Novo, as velhas e as mesmas práticas.


Ao retornar do merecido descanso das férias de janeiro deparei-me com o processo em andamento de distribuição dos setores da supervisão de ensino. É inacreditável, mas não existe ainda no município uma legislação para a supervisão de ensino que regre algumas práticas como periodicidade e critério de classificação para as possíveis escolhas e ou distribuição de setores.
A última redistribuição de setores ocorreu no início de 2006, portanto há exatos  sete anos. E o que prevaleceu na época foi um acordo geral considerando, a proximidade das residências de cada supervisor de ensino. Apesar de sabermos que essas práticas se colocam em confronto direto com as diretrizes legais vigentes ainda muitos profissionais da educação não conseguiram fazer a ruptura necessária.  Pelo menos, a Secretaria Estadual de Educação já regulamentou isto. Em seu âmbito considera o tempo no magistério público oficial, tempo no cargo, mestrado e doutorado, além de uma periodicidade de dois anos.
Curioso foi o critério inventado e introduzido pela Sra. Secretaria da Educação neste ano de 2013. Fez uma classificação baseada apenas pela data de ingresso de cada supervisor de ensino junto a Prefeitura Municipal. Não considerou outro critério e nem permitiu que se considerasse. Deu as costas para toda e qualquer diretriz legal e para qualquer política de valorização profissional.
Fiquei intrigado com a aceitação unânime dos quatorze supervisores presentes sem nenhum questionamento. Fui o único que questionou o critério imposto, pois não havia fundamentação legal e que, portanto, poderia ser interpretado como interessado em favorecer algumas pessoas uma vez que a administração pública deve se pautar pela impessoalidade e a legalidade.  Argumentei ainda que no Estatuto do Magistério encontramos as diretrizes como o tempo no magistério público e no cargo, e, o fator de formação como mestrado e doutorado, e, que somos profissionais da educação com ingresso por concurso público fazendo parte dos, denominados pelo Estatuto de “Especialistas da Educação.” Uma vez que existe os critérios – estabelecido no Anexo I - para os coordenadores e diretores e para candidatos para ocupar qualquer destas funções,  por que não estabelecer este critério também para os supervisores de ensino?
Ademais, este critério – baseado no anexo I -  já havia sido consensualmente estabelecido pela supervisão e a secretária em 2011 e só não foi regulamentado por falta de vontade da titular da pasta e pela não aceitação deste critério por uma supervisora de ensino. Diante destes fatos  podemos supor que a voz desta única supervisora se impôs sobre as demais ou talvez, com o andar da carruagem, alguns supervisores de ensino, provavelmente, voltaram atrás em suas posições declaradas, mas não aceitas e assumidas interiormente.
Para concluir, a secretária da educação ainda fez uma pergunta sobre a periodicidade que valeria sobre as próximas mudanças dos setores de supervisão de ensino. A maioria pontuou como tempo necessário de quatro anos para que cada supervisor de ensino pudesse conhecer e acompanhar cada setor. Entretanto, na hora da escolha a maioria escolheu os mesmos setores nos quais estão a exatos  sete anos, e, que somados aos próximos quatro, completar-se-ão 11 anos nos mesmos setores.
Será isto uma boa política educacional, sobretudo, para quem recomeça um mandato para mais quatro anos?